O Gado Ongole (Nelore) –Padrão Indiano
Traduzido por Fernando José da Rocha Cavalcanti do
Boletim nº 27 do “The Indian (ex-Imperial) Council of Agriculture Research”
LOCALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
O lugar de origem desta raça é aquele conhecido como a zona de Ongole da Presidência de Madras. Esta região compreende o Ongole, o Guntur e Narasaraopet. Abrange ainda partes dos “taluks” de Bapatla, Sathenapalli, Venukonda e Kundukur nos distritos de Nelore e Guntur. Grande número de especimes desta raça são encontrados por toda a região, mas os animais dos dois últimos “taluks” são de menor tamanho, se bem que muito rústicos. O gado Ongole é criado principalmente pelos lavradores. e quando recriados em pastagens bem desenvolvidas e com os residuos de cereais produzidos na fértil zona de Ongole, dão animais particularmente bons.
No passado, o gado Ongole foi exportado para a América tropical e outras regiões em larga escala. principalmente para melhorar o gado local, e em algumas destas regiões são mantidos atualmente rebanhos de gado puro sangue Ongole para fornecer touros destinados ao melhoramento do gado local de origem européia. Como todo gado Zebu, sua grande resistência às doenças provocadas por parasitas e a sua capacidade de prosperar em pastagens escassas e sêcas tem demonstrado ser de grande valor fora da India na formação de raças de gado de corte capazes de desenvolverem-se nas condições tropicais e gado com diversas proporções de sangue Ongole está sendo extensamente criado em tais regiões.
O gado Ongole é tão apto para o trabalho quanto para a produção leiteira. É geralmente dócil, e seus bois muito possantes, apropriados para a aração pesada e para o transporte, mas não são comumente usados nos trabalhos rápidos. A produção de leite, em rebanhos bem cuidados atinge uma média de 1.600 quilos por lactação, conquanto existam recordes individuais que alcançam até 3.250 quilos.
DESCRIÇÃO DO ANIMAL ONGOLE TÍPICO
1 – CARACTERÍSTlCAS GERAIS
O Ongole é um animal grande e pesado. Os machos adultos pesam de 550 a 700 quilos e as fêmeas de 430 a 450 quilos. Tem o corpo comprido, o pescoço curto, os membros longos e musculosos, as pernas e os pés fortes e secos, com as unhas das mãos dirigidas para fora e a curva do jarrete nem muito direita nem muito curvada.
A aparência geral é viva, mas dócil, com bonito conjunto e porte. A côr mais comum é a branca. O macho tem manchas cinza-escuras na cabeça, pescoço e cupim e marcas pretas nos joelhos e nos presunhos dos membros anteriores e posteriores. Animais vermelhos e vermelhos e brancos de caracterização típica são encontrados algumas vezes.
2 – CABEÇA
Testa – A testa é larga entre os olhos e ligeiramente proeminente.
Face e focinho – A face é moderadamente longa, sem concavidades nas têmporas. O chanfro é reto. O focinho é bem desenvolvido, de cor preta e com as ventas bem amplas. Os maxilares são largos na base, bem musculosos e fortes.
Olhos – Os olhos são moderadamente compridos, plácidos, cheios e brilhantes. Tem forma eliptíca, com cilios pretos e são cercados por uma auréola de pele preta com uma largura de 6,5 a 12,5 cms.
Orelhas – As orelhas são moderadamente longas, ligeiramente pendentes e revestídas internamente com um pêlo fino e sedoso.
Chifres – Os chifres são curtos e atarracados, crescendo para fora e para trás, grossos na base e compactos, sem quebraduras.
3 – CORPO E MEMBROS
I) – Quartos Dianteiros –
Pescoço – O pescoço é curto e grosso no macho e moderadamente longo na fêmea. Na junção com a cabeça é liso e delicado e une-se suavemente com as espáduas.
Cupim – Bem desenvolvido e firme, cheio na parte superior e em ambos os lados, sem concavidades; não pende para nenhum dos lados.
BarbeIa – Grossa e caindo em pregas, extendendo-se até a dobra do umbigo. Nas fêmeas as pregas são cobertas por pêlos finos e macios.
Tórax – O tórax é amplo e profundo, largo entre os membros anteriores.
Pernas e espáduas – As pernas são fortes e sêcas, de compri- mento médio. São bem afastadas e firmes, colocadas retangularmente sob o corpo, as unhas apontam para fora. Os membros anteriores são afastados, fortes e afunilados. As espáduas são longas, obliquas e cônicas; firme e delicadamente ligadas ao tronco; largas e cheias dos lados.
- II) Tronco
O tronco é comprido e profundo, com costelas bem arqueadas. Dorso – O dorso é moderadamente comprido, largo e levemente elevado em direção à garupa. Vista por trás a bacia deverá estar em nivel com o sacro e não inclinada. A linha que corre do sacro para a base da cauda deve ser moderada e não proeminente.
Costelas – As costelas são longas e bem arqueadas.
Umbigo – Nas vacas a dobra do umbigo é comum e pendente.
IlI) Quartos traseiros –
Lombo e anca – Os lombos são largos, fortes e ligeiramente inclinados para as ancas. As pontas das ancas são levemente salientes.
Garupa e ísquios – A garupa é bastante comprida, larga e ligeiramente inclinada para a inserção da cauda. Os ísquios são bem separados.
Francos – Os francos são profundos e cheios.
Coxas, colchão, culote -As coxas são grossas e bem desenvolvidas; são retas e musculosas por trás.
Cauda – A inserção da cauda é Inclinada, bem encaixada e delicada: a cauda é comprida e fina, a vassoura preta e não multo espessa. A última vértebra da cauda alcança justamente a ponta dos jarretes.
Jarretes, pernas e cascos – Os jarretes são secos e os presunhos Inclinados. Os pés são quase redondos e largos nos calcanhares. Os cascos são pretos e com fenda estreita.
4 – ÚBERE, TETAS E VEIAS LEITEIRAS
O úbere é amplo e bem extendido. para frente e para cima, entre as pernas traseiras. Os quartos do úbere são Iguais e de tamanho moderado. A contextura do úbere é fina, macia e flexivel, com pele de côr clara. As tetas são de tamanho médio, simétricas e bem colocadas sob cada quarto. O úbere tem pequenas veias bem definidas, e as veias mamárias são grossas e ramificadas.
5 – PELE, PÊLO E ESCUDO
A pele é de grossura média, macia e elástica e muitas vezes apresenta pontuações e manchas (despigmentações). O pêlo é fino e branco.
PONTOS DE DESCLASSIFICAÇÃO DO ONGOLE
- Côr Vermelha ou manchas vermelhas no corpo.
- Vassoura branca.
- Cilios brancos.
- Focinho róseo.
- Cascos claros.
- Não é desejável que o esfumaçado dos quartos traseiros seja multo escuro.
- Manchas com a aparência de borrões pelo tronco.
Os padrões indianos para as raças zebuinas foram estabelecidos em 1938 por uma comissão composta dos técnicos: Col. Sir Arthur Olver. Mr. Zal R. Kothavalla, Mr. M. Wynne Sayer. Mr. E. J. Bruen. Capt. R. W. Litlewood, o capt. U. W. F. Walker e Mr. F. Ware. O padrão Ongole (Nelore) foi organizado sob a direção imediata do Captº R. W. Llttlewood.
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